Sobre a história dos piaus do Apodi, escreveu o nosso saudoso Antônio Campos e Silva, no seu estudo intitulado “Geografia e Geologia do Apodi no século XIX.’’

“Manoel Antônio de Oliveira Coriolano, velho cronista sertanejo da ribeira do Apodi, herdeiro do pioneirismo do padre Florêncio Gomes de Oliveira, escreveu em 1895, no Almanaque do Rio Grande do Sul, um artigo sobre a região. Não sabemos o conteúdo exato de sua colaboração, apenas sendo possível situá-la graças à informação de Nestor Lima (1937,58)

Dentre outras coisas referia-se Oliveira Coriolano aos curiosos piaus azuis, louvando-se na mencionada “Memória’’ do padre Florêncio. A citação foi objeto de criticas mordazes da parte de alguns missivistas daqui levando o cronista apodiense a escrever um artigo magoado, no qual transcreve trecho do trabalho do sacerdote objeto deste ensaio. O artigo foi publicado no “O comércio de Mossoró’’. (um jornal, na época).

Além de permitir a visão de mais um aspecto da obra do antigo vigário do Apodi, levanta um problema muito curioso, o desses peixes azulados (...) que morrem quando as águas secam, e se reproduzem quando elas se tornem a juntar.

Não conhecemos nenhuma referência posterior aos piaus azuis. Ignoramos mesmo se são, de fato, piaus, peixes do gênero Leporinus, muito comuns no Nordeste.

Ante a presença de cavernas e o surgimento dos piaus azuis na época das enchentes, é de se perguntar se serão eles uma espécie adaptada a vida cavernícola? A coloração azulada parece depor pela hipótese. Por outro lado, no período de chuvas, com o transbordamento das águas das cavernas, seriam lançados à superfície.

Fonte: Apodi, Sua História - Válter de Brito Guerra