Baião de Galdino Bofe era um solteirão apodiense, sem profissão que usava blusas de Jofre com botões de moedas, muito estimado por toda a população e tinha a mania de apadrinhar crianças, numa época em que os padrinhos usavam uma bata branca por ocasião da cerimônia. 

Outra maia do Baião era a de ser coveiro de crianças, atividade em que consumia todo o seu tempo, enterrando criancinhas que haviam morrido na cidade ou no interior do município. 
Na década de 30, era coisa corriqueira encontra-se o Baião carregando para o cemitério os cadáveres de crianças colocados numa telha, na sua cabeça ou no seu ombro. 

No velho Apodi, ninguém mais humilde e mais bondoso foi tão admirado quanto o pobre Baião. 

Fonte: Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separata de Pré-Lançamento).