entediadas de estarem presas na boca
elas ganham forma em versos.
Saem saltitando alegres, dançando na chuva, no sol e no mar.
Falam de amor, de sonhos e de tudo que veem ao relento.
Não se incomodam com o grito autoritário do silêncio
e se esvoaçam no ar, como se fossem folhas ao vento.
São as livres palavras poéticas,
que já não aguentam tanto tom de cinza
tanto sonho perdido na rua
perdem todas as possibilidades éticas
e fogem para o mundo
numa atitude nua e crua.