A viagem empreendida pelas pioneiras famílias TARGINO e BRUACA deixando suas terras de origem com destino certo para fixação em terras de "Soledade" fora harmonizada e satisfatória pelo sentimento de confiança de apoio integral em sua nova moradia, refletido no convite que lhes fora feito pelos Coronéis João Jázimo e seu primo e cunhado Antonio Ferreira Pinto. A trajetória das distâncias percorridas demarcaram momentos notáveis na vida de seus patriarcas, pela surpresa da novidade, da tensão escondida nas outras formas de sentir, agir, realizar, lutar, pensar ou imaginar. Toda viagem se destina a descortinar e ultrapassar fronteiras, tanto dissolvendo-as como recriando-as. Ao mesmo tempo que demarca semelhanças nos costumes sertanejos, continuidades, ressonâncias.
Encontraram um lugar ermo, sem sinais visíveis de civilização. Predominava a vontade incontida de plantar sementes e fincar as raízes da alma no lugar que escolheram para moradia definitiva. Instalaram seus novos lares na preceituação e na prática de velha e rígida moral do passado. Formaram um grupo familiar tão fechado que não teve como evitar o surgimento da endogamia, que nada mais é do que a necessidade da realização de casamentos somente entre primos e até de tia com sobrinho, como é o caso do casamento de dona Preta (Francisca Targino de Oliveira) com o seu sobrinho Odilon Targino.
Preta e Odilon Targino
Remexendo-se os anais históricos das primeiras famílias presentes em documentos oficiais irrefutáveis, como Assento de Batizados da Igreja-Matriz , Livro de Óbitos do 1º Cartório Judiciário de Apodi, e Livro de Jurados, configura-se a realidade de que a família apelidada de BRUACA teve como pioneiros nas terras de "Soledade" os irmãos SIMÃO NOGUEIRA DA SILVA (O 1º e avô do 2º) e MANOEL DE BARROS DA SILVA, conhecido como "Bruaca", apelido que atrela-se ao fato de que só andavam com uma Bruaca (Boroaca) feita com couro de boi e peles de animais da fauna, como veados, tamanduá, raposa, à tiracolo. Naturais das terras de Limoeiro do Norte-CE, tendo Simão nascido no ano de 1835, filho de Francisco Nogueira da Silva e Maria Nogueira Maia, naturais de Limoeiro-CE, e falecido no "Olho D'água da Soledade" a 10 de Agosto de 1890, aos 55 anos de idade, deixando a viúva Maria Francisca da Costa e os filhos:
F.01- FORTUNATO JOSÉ DA COSTA - Casado com...?.
Pai de:
N.01- SIMÃO NOGUEIRA DA SILVA (2º - repete o nome do avô paterno). Casou com Maria Luiza da Costa e foram pais de:
BN.01- MARIA ANTONIA DA CONCEIÇÃO (Maroca) - Casada com Manoel Targino da Costa (Badu), filho do patriarca Francisco Targino da Costa. São pais de:
Filhos:
Maria Selda de Sousa (nome de Casada com João Alderi de Sousa - João Tenório)
Antonia Targino de Sousa (nome de Casada - com Antonio Divanan de Sousa - Antonio Tenório), notem que são duas irmãs casadas com dois irmãos, portanto os seus filhos são primos carnais).
Antonio Dimas Targino Casado com uma prima Maria Rita Targino de Oliveira, filha de João Martins - Separados)
Francisco Targino da Costa Neto (casado com Edna Maria de Freitas Targino, filha de Raimundo de Janoca e Helena)
José Targino de Oliveira, divorciado, hoje tem união estável com Marta Valdevino com quem tem dois filhos.
Irene Targino de Oliveira, divorciada do primeiro casamento com Raimundo Oliveira Segundo com quem teve dois filhos e hoje casada com Francisco Monteiro com quem tem mais duas filhas.
Antonio Vandilson Targino, casado com Jerlane Marques Fernandes Targino com quem tem dois filhos.
Maria Salete Pinheiro da Silva (nome de Casada Com Valter Pinheiro e têm uma filha)
Maria Sueli Targino Rodrigues (nome de Casada Com Francisco Rodrigues e têm dois filhos).
Suelene da Conceição Targino (solteira, não tem filhos).
BN.02- LUZIA .
BN.03- PEDRO SIMÃO.
BN.04- FRANCISCA ALVINA DA COSTA (Dona Santoza) - Casou com Antonio dos Reis Magos da Costa, conhecido com Antonio do Casado, filho de Pedro Francisco da Costa (Pedro do Casado) e Vicência do Rosário.
F.02- MANOEL NOGUEIRA DA SILVA - Faleceu em consequência de um raio, no sítio "Boca da Mata" (Serra do Apodi) a 24 de Abril de 1928, aos 44 anos de idade, deixando a viúva ANTONIA SEVERIANA DE FREITAS e os filhos:
N.01 à N.12 - FRANCISCO, ANTONIO, MARIA, ADRIÃO, ANTONIA, PEDRO, PLÁCIDO, JOSÉ, SEBASTIÃO, MARIA JÚLIA, PAULO e LUIZ.
F.03-FRANCISCA MONTEIRO DA COSTA SOBRINHA - Casou com Manoel da Costa Soares, filho de Francisco Soares da Costa e Maria Francisca, conhecida como Maria Chica, residentes no sítio "Boca da Mata". Faleceu no sítio "Soledade" a 09 de Agosto de 1906 aos 38 anos de idade, deixando os filhos:
N.01- FRANCISCA - Com 19 anos de idade- solteira.
N;02- JOANA - Com 16 anos de idade. Solteira.
Desconhece-se a descendência de MANOEL DE BARROS DA SILVA, sabendo-se apenas que ele foi submetido a julgamento no Tribunal Popular do Júri a 12.07.1865 por ter assassinado a João de Góis Nogueira, pai de Clementino de Góis Nogueira, dono das terras ainda hoje conhecidas como "Lagoa do Clementino".
Outro personagem encontrado nos documentos oficiais foi o Sr. JOSÉ MANUEL DA COSTA, nascido em 1871, conhecido como ZÉ BRUACA VELHO, que foi pai de:
F.01- JOÃO MANOEL DA COSTA , popularmente conhecido como João Bruaca, que veio a casar com MARIA JOANA, filha natural de Francisca Lázara do Rosário. MARIA JOANA era irmã de Arcanja Maria, casado com Antonio Targino, irmão de Eduardo Targino, e de Maria Arcanja, casada com Eduardo Targino. João Bruaca e Maria Joana foram pais de:
N.01- JOSÉ MANUEL DA COSTA - Nasceu em 1903. Conhecido como Zé Bruaca Novo.
N.02- SEBASTIÃO EVANGELISTA DA COSTA - Conhecido como Sebastião Bruaca.
N.03 a N.07 - LUÍS, SIMÃO, JOÃO MANOEL DA COSTA FILHO (João de João Bruaca), RITA, FELÍCIA e FRANCISCA, casada com Chico Malú, natural de Panelas, no vizinho estado do Ceará.
Há que se fazer uma observação de que existiram dois SIMÃO, personagens históricos vinculados à geografia humana da Comunidade de "Soledade" : SIMÃO NOGUEIRA DA COSTA e SIMÃO FERNANDES DO RÊGO, pai de 04 filhos que fixaram residência em Soledade, que são Avelino Fernandes do Rêgo, casado com Maria Francisca da Conceição, filha de Francisco Miranda de Freitas e Francisca Maria da Costa, cujos filhos são conhecidos como sendo da família dos AVELINOS. O segundo filho foi o João Simão, casado com Francisca Inácia do Espírito Santo, filha da escrava Ignácia Isabel do E. Santo, que teve um relacionamento amoroso com o Padre Barra (Joaquim Manoel de Oliveira Costa) cujo padre era tio paterno de Sinhô Barra. O patriarca Simão Fernandes do Rêgo nasceu no ano de 1839 e era filho natural da escrava Clara Maria da Conceição, tendo falecido de infarto na fazenda "Malhada Vermelha" a 10 de Outubro de 1926, deixando a viúva Maria Pastora da Conceição e nove filhos.
O quarto filho de Simão Fernandes do Rêgo, conhecido popularmente como CHICO SIMÃO(Fco. Fernandes do Rêgo) casou com uma moça da família TARGINO de nome Maria Targino de Oliveira, filha do patriarca Francisco Targino da Costa e sua primeira esposa Bernardina Rufina da Conceição.
(FONTE: Livro de Registro de Óbitos do 1º Cartório Judiciário de Apodi).
Por Marcos Pinto - historiador apodiense