Hoje quanto te vi
percebi
que Deus
o tempo
foram generosos
comigo.
Ver você
não me causou
dor
repulsa
angústia
como
nos tempos
de outrora...

A ferida que você
provocou em mim
foi extirpada
sarada
cicatrizada.
Sua presença
não representa
nada
nada que me
sufoque
provoque
dores fortes
que me levem
a pensar na morte
ou que sou
alguém
sem sorte
por ter
ouvido
assistido
insultos
incultos
insidiosos
maliciosos
que me deixaram
de luto
por um tempo
(Que tormento!)
mas não pela vida toda.

Seu jeito insolente
me é indiferente
dormente
para o meu coração
que não guarda
rancor
dissabor
apenas se alegra
por estar
para viver
sem nunca
responder
à altura
as suas injúrias
às claras
ou às escuras.

Parei
pensei
calei
esperei...
A Deus te entreguei
A caminhada foi longa
mas cheguei
à reta final
onde o bem
prevaleceu
venceu
todo o mal
que você me causou
que doeu
no meu peito
desfeito
mas agora
ele já não chora
pois está refeito
por um Deus perfeito.

Quanto a você
Quem sabe
um dia
eu possa
falar-lhe da
melancolia
que me causastes
dar-lhe um
abraço
e dizer-lhe
de todo o
meu cansaço
ao longo
desses anos
para tirar-lhe
da minha vida
vida que você
deixou ferida
atingida
sucumbida
mas agora
está erguida
livre para
com uma borracha
apagar
o caminho
de pedras
que me fizestes
andar.
O caminho
marcado
pelas
lágrimas
que você me
provocou
e sangrou
mas agora
já cessou.
Que ar livre,
alívio!

"Vozes de um coração''
Maria Luiza Marinho da Costa