Tese: Levantamento de solos e classificação da capacidade de uso das terras no Projeto de Assentamento Moacir Lucena, Apodi-RN
Autor(a): Pollyana Mona Soares Dias 
Programa: Pós graduação em Manejo de Solo e Água 
Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
Publicação: 2018 
Fonte do artigo: UFERSA 


Resumo:
O solo é um dos principais recursos naturais usados nas práticas agrícolas, no entanto, o processo aplicado na sua utilização, pode torná-lo esgotável, sendo necessário determinar o uso e manejo do solo adequado, que só pode ser conseguido por meio do conhecimento dos diversos atributos envolvidos, realizando mediante um levantamento do meio físico. Sendo assim, o presente estudo propôs fazer o levantamento dos solos no Projeto de Assentamento Moacir Lucena no município de Apodi, com sua caracterização morfológica, físico-química juntamente com a classificação da capacidade de uso da terra em comparação com o uso atual. O Projeto de Assentamento Moacir Lucena, RN encontra-se na Chapada do Apodi e foi subdividido em sete áreas representativas para o estudo: Perfil 1 (Área do IBAMA em Recuperação), Perfil 2 (Área da Lagoa), Perfil 3 (Área de Preservação Permanente ou Área do IBAMA), Perfil 4 (Área de Manejo Agroecológico), Perfil 5 (Área Coletiva de Plantio), Perfil 6 (Área Coletiva de Cajueiro) e Perfil 7 (Área Coletiva de Cajueiro 2). Foram coletadas amostras deformadas e indeformadas de solos nas respectivas áreas, nos horizontes dos supracitados perfis e realizadas analises físicas (granulometria, argila dispersa em água, relação silte/argila, densidade do solo, densidade de partícula, porosidade total, grau de floculação), análises químicas (pH, condutividade elétrica, carbono orgânico total, Ca+2, Mg+2, K+ , Na+ , P, Al3+, soma de bases, capacidade de troca de cátions, percentagem de saturação por bases, saturação por alumínio, percentagem de sódio total), teste de infiltração com infiltrômetro de anéis, resistência mecânica do solo à penetração e classificação da capacidade de uso da terra. Os resultados foram analisados submetendo-os a técnicas de estatística multivariada, por meio da matriz de correlação, análise de agrupamento e a análise fatorial com extração dos fatores em componentes principais Os solos foram classificados da seguinte maneira: Perfil 1 (LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófico argissólico); Perfil 2 (CAMBISSOLO HÁPLICO Carbonático típico); Perfil 3 (LATOSSOLO AMARELO Eutrófico argissólico); Perfil 4 (ARGISSOLO AMARELO Eutrófico típico); Perfil 5 (CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Eutrófico típico); Perfil 6 (LATOSSOLO AMARELO Eutrófico argissólico) e Perfil 7 (LATOSSOLO AMARELO Eutrófico argissólico). De modo geral, os solos são pouco intemprerizados, com limitações físicas referentes a profundidade efetiva e resistência mecânica do solo à penetração. A velocidade de infiltração básica calculada variou de média para o Argissolo (Perfil 4), alta para Latossolo (Perfil 1), muito alta para os demais perfis (Camissolos (Perfil 2), Cambissolo (Perfil 5), Latossolo (Perfis 7, 3 e 6). Ocorreu variação quanto a resistência mecânica do solo à penetração, entre 1332 a 6769 kPa, e sua classificação de baixa a muito alta, mostrando variabilidade para as diferentes profundidades, classes e usos do solo. O assentamento apresenta intensidade de uso considerada abaixo da capacidade, a área em recuperação pertence ao Grupo B, terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para reflorestamento e vida silvestre e, Classe VI, terras adaptadas no caso do assentamento, área de reflorestamento para preservação, com problemas simples de conservação e cultiváveis apenas em casos especiais de culturas permanentes protetoras do solo, a área da lagoa pertence ao Grupo C, são as terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento, porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de água, principalmente no período chuvoso e, Classe VIII, impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, que podem servir apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação ou para fins de armazenamento de água, a área de uso coletivo e áreas de cajueiros pertencem ao Grupo A, com terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento e vida silvestre e Classe II, terras cultiváveis com problemas simples de conservação e/ou de manutenção de melhoramentos. No entanto, por área de preservação permanente, as áreas do IBAMA, da lagoa e preservação permanente em recuperação não podem ser exploradas economicamente.