Cortando as ruas,
andando sozinha
quando ninguém conhece a sua dor.
Madrugada que chega
entre o sono da lua e o despertar do sol.
Não bastam os primeiros que surgem na rua,
em busca do pão,
no encontro do cão
que dormita esquelético no canto do muro.
Precisa de mais
Demais é a dor
e o ardor dos olhos cansados...
pregados na esquina,
a espera de quem,
era o bem,
que não chega no trem
e que por certo não vem.
Nunca mais.
Vive sem ninguém,
na vida,
é apenas uma pessoa
que corta as ruas,
que anda sozinha.

Contraponto - Maria Auxiliadora da Silva Maia - Poesias/Crônicas e Contros Ingênuos - 1ª Edição, 1998.