Oh lágrima que meus olhos umedece,
trazendo água lustral do coração,
por tua causa meu corpo se estremece,
por tua culpa, morreu minha ilusão.

Que me dize, oh lágrima estremecida?
Do que se passa dentro de minh’alma?
Respondo logo, oh lágrima querida,
bem antes que, de todo eu perca a calma.

Diz-me adorada lágrima neste instante,
o que se passa com meu grande amor,
se passa bem, se me ama, ou se inconstante,

já deu a outro todo o seu calor.
Responde oh lágrima, dá-me este calmante...
Sim, já te ouvi, e foi-se toda a dor.

Mossoró/RN, 9 de setembro de 1969

Nota: Prova de português, na Escola Técnica de comércio “União Caixeiral”

Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separata de Pré-Lançamento)