Sonetos II - Paulo Filho Dantas

“O que vem a ser solidão?
É um vazio dentro de mim,
Levando-me a uma emoção
Por desejar um odor jasmim?

Derretendo em gelo esperança
De uma volta num abraço
Carinhoso e de confiança
Ao desfazer aquele laço.

Que se doma por um sentir
E mesmo sabendo do fugir
Que ilude-se com a fria.

Noite de um só profundo
Buscando nos males do mundo
Me esconder dessa vanglória’’.

“Cem anos de pura solidão
É o que me fez um ser
Que amarga única canção
Em todo e cada amanhecer.

Sete luas árabes me recordam
Do fantástico e longínquo ente
São auroras que não acordam
E jamais falam do oriente.

Ah, perfumes que atiçam o delírio
Da dama cujo semblante admiro
E por não resistir, desejo-a

Como fere essa dor inerte
Por que só agora perverte?
Não sinto, não toco...vejo-a’’.

“Atiça que atiça minha alma.
Tu que estás no pensamento
Destrói e tira-me a calma
Propõe e impõe o lamento.

Queira-me ou não assim posso
Continuar a viver no mundo,
Espero receber carinho vosso
Todo dia, hora, segundo.

Vem a mim que tudo dou
Ti, que inda não alguém amou
E com o olhar mel faceiro.

Invadiu um coração sofredor
Que à procura de um amor
Entregou-lhe um corpo inteiro’’.

“Criatura mais bela por mim
Já vista n madrugada,
Tua boca tem mel – carmim,
Queria contigo toda alvorada.

Acordar com teu perfume
E beijo, minha tão adora
Felina, provoca-me ciúme
Teu garbo em louca cavalgada.

Todo tempo do mundo é pequeno
Para amar-te sentindo o veneno
Que teu ser lançar-me ciente.

Chego ao meu sublime nirvana,
Pena quando tudo se engana
Inicia-se o airoso doce poente’’.

“Um violão faz-se ouvir de longe
E a lua ilumina quem toca só
Solidão desponta naquele monge
Por amar e sentir no peito dó.

A pena que aflinge todo o ser
Que o coração castiga toda flor,
De acordar e sentir sempre viver
Presumir carinhos, ternura e dor.

Quem recorda ouve a música épica
Nas loucuras duma sombra poética,
Na esperança de um sono profundo.

Quem me dera estivesse eu sonhando,
Dormindo e acordar assim, cantando,
Iluminar e entregar-te todo meu mundo’’.

“Traga-me quem eu quero agora,
Oh lua, oh pensar doido apaixonado,
Faz-me teu escravo, minha senhora
Em teu mundo de amor encantado.

Traga-me toda a vossa hiper-alegria,
Vossos beijos, avelãs duossílimos, são
Que me levam ao ápice num dia
Que novamente renasce na explosão.
De uma ínvida lisonja em puro mel,
Prazer é poder desfrutar teu céu
De poesias e paixões devaneias sãs.

De sorrisos e odores das arábias,
Senhorita genial tem as mais sábias
Curvas caprichadas por deusas pagãs’’.

"Caminhos do Meu Ser"
Paulo Dantas Magno Filho 

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