“E num último esforço
De súbito a visão apaga
E os sons se vão.

É quando o sol se põe
Que antecede o amanhã raiar,
Talvez a tarde me consuma.

Vai mais alto meu pensar
Que o corpo não acompanha
E a consciência está além.

Todos os perfumes
E todas as rosas
Oriunda de ti.

O frio que se sente
Quando se aproxima o fim
É quente, morno, alívio.

As crianças, os velhos, os adultos
Um pretérito e um futuro
Vivido pelo presente.

Queima-me com o teu fogo
Aliciam-me com teus ares
Mata-me com tua vida.

As cores da morte
Trespassam o olho mirante
Cegando-o para o amanhã.

Tudo o que mais desejo
É a não vontade de desejar
Experiência sem vicio.

Quem me dera a vereda
Da verdadeira filosofia
E da falsearia alegria.

Sabor plástico do alimento
Deglutido na garganta
Do abismo infindável.

Encubra a única verdade
Mostre os errantes caminhos
Dê-me o céu e a terra.

Ninguém sabe nada
Do fogo eterno,
O inferno é aqui!

Presságios de momento
Estão agora a acontecer
Não os avisei a tempo’’.

"Caminhos do Meu Ser"
Paulo Dantas Magno Filho