Busco uma inspiração,
Observo a lua amarelada,
O bom astro do coração,
A lua que fascina
E tanto domina
Uma mente nuda,
De pensar nas raízes
Envolta das cicatrizes
Pelo teimar que muda.
Como mora perto o pecar,
Não tão distante, ao lado
A mente fervida de sonhar
Naquele lindo dia passado,
À janela vejo o horizonte
Conduzindo-me a uma ponte,
Doce mel que envenena
O ébrio perfume sedutor
Sobe-me um profundo calor
Ao envolver-me na morena.
Pele que foco e inalo
Suave brisa de lavanda
Foi-se o tempo do exalo
Da virgem em roda ciranda,
Queria poder-te abraçar
Ou somente um olhar
Já me seria um tão contente
A falta de um sorriso
É tudo o que preciso
Para acalmar minha mente.
Nem o lápis, o papel,
A tinta e a clara lua
Me são agora de fel,
Tudo que há na vaga rua,
Procuro paz e sorriso
Somente por um segundo
Mude tua cabeça só agora
Entregue-se nessa hora
Dou-te todo o meu mundo
Dou-te o mundo se
Prometer ser minha somente,
Até o preconceito perdesse
E sentisse mais livremente
O savium em boca morena
Escorrer em ti, pequena
Em cavalgos de orgias,
Aquele quarto foi pequeno
Onde despejamos o pleno
Repetir tudo, tu querias.
Mas tudo não passa assim,
Calmo, vivido, contraditório
Já não mais existo, enfim,
Para quem o dedicatório
Ficará quando isso acabar?
Páginas que teimam falar
De algo que morre lentamente,
Ninguém mais para contemplar
São sonhos perdidos no ar
Tudo ficou em meu inconsciente’’.
"Caminhos do Meu Ser"
Paulo Dantas Magno Filho