nunca havia
acontecido
algo que eu pudesse
quisesse
lembrar como
um momento
de saudade gostosa
e não dolorosa
algo que eu
desejasse
viver
reviver
milhares de
vezes...
Então, você chegou
sem pedir licença
abriu espaços
criou laços
fez com que eu
te amasse
você me amasse
preenchendo
espaços vazios
constituindo
o nosso próprio
mundo.
De repente,
nós vimos
sentimos
que tínhamos
tantas coisas
(in)comparáveis
tanto a ser falado
tanto a ser ouvido
tanto a ser vivido.
Você foi chegando,
eu fui chegando,
e numa manifestação
súbita
recíproca
nós fomos
cada vez mais
nos aproximando
como se uma
força maior
nos induzisse
seduzisse
a nos amparar
mutuamente.
Desde então,
sentimo que
precisávamos
nos equilibrar
um no outro.
Não mais éramos
partes dispersas
desconexas
e sim partes
de um mesmo todo.
Em consequência,
mesmo em meio
às turbulências,
há uma grande
verdade
em nossa
consciência:
os nossos “eu’’
não combinam
desintegrados
mas caminhando
lado a lado.
"Vozes de um coração''
Maria Luiza Marinho da Costa