[TRABALHOS] A Cia. Teatral Casarão hoje, sábado dia 16/11, realizou um mutirão com alguns componentes do grupo para limpar e consertar o auditório da Casa de Cultura Popular – Lajedo de Soledade, Apodi, Rio Grande do Norte. O mesmo contém 120 lugares, funcionavam 80 precariamente; pós-mutirão está funcionando agora 110 lugares confortavelmente. 

O prédio da Casa de Cultura teve sua estrutura física parcialmente comprometida, com a explosão desferida ao cofre central da agencia do Banco do Brasil de Apodi, nesta ultima Terça – Feira, dia 12/11. Apesar da explosão ter ocorrido a uma distancia de aproximadamente 500 metros, algumas salas da Casa de Cultura, teve seu teto rachado e em algumas vieram abaixo com a força do impacto. 

“Sem estarmos de posse de ferramentas adequadas e equipamentos para repor as peças danificadas, não só consertamos ou revitalizamos este espaço; fomos heróis, dignos de condecoração.”, brinca Marcelo Plínio, integrante do grupo ao se referir ao mutirão da Casa de Cultura. 

A Casa de Cultura de Apodi, desde que teve sua fundação em 09 de novembro de 2005, nunca passou por uma reforma ou revitalização nos equipamentos. No projeto inicial foi investido R$ 301 mil na adaptação do espaço físico e compra de materiais para facilitar o acesso à cultura no município. O projeto tem por objetivo abrigar a cultura local dando-lhes espaço e ponto fixo para que os artistas locais possam desenvolver sua arte. 

“O abandono do projeto da Casa da Cultura Popular não aconteceu apenas por parte da militância política do nosso estado, mas pelos artistas e entidades culturais das regiões que a possuem, e pela população em si. Hoje, Apodi poderia abrigar todas as iniciativas culturais existentes em nosso município, não só nas dependências da Casa de Cultura, mas em outros prédios desenhados e designados para esse fim; por exemplo: Alguns prédios existentes nos Terminais turísticos do Calçadão da Lagoa e o da Barragem de Santa Cruz.”, afirma o ator Luis Marinho. 

A Casa de Cultura Popular de Apodi possui uma pequena grade curricular de eventos culturais. Poucos artistas apodienses utilizam desse espaço, e dentre os poucos estão a Cia. Teatral Casarão e Associação Raimunda Dantas, que oferecem oficinas gratuitas de teatro e balé clássico para a população apodiense. A Casa funciona sem apoio iminente aos projetos que nela são desenvolvidos, porém eles acontecem e tem muito êxito no índice de público e aceitação por parte da população apodiense, mostrando a força e carência da nossa população por um fazer cultural diário. 

“O artista se faz no calor da batalha, nos desafios do dia a dia, não basta espera por um telefonema milagroso te convidando para participar de algum evento, ou, te avisando sobre quando e onde será os ensaios/apresentações de hoje. Temos que trabalhar, e trabalhar duro, estudando diariamente, buscando novos meios de ensino e novas formas de aprendizado, abdicando de feriados e de tempos extras que gastávamos assistindo a novela, ou comentando o placar do jogo de ontem, e até mesmo do tempo que temos para passar com nossa família deixamos de lado para trabalharmos. Ser artista é isso, trabalho, esforço, dedicação. A Casa de Cultura de Apodi é o retrato da cultura brasileira, existe e esta lá, mas ninguém liga ninguém lutar por mudança, ninguém fala o que precisa ser falado, mas se ninguém faz, como pode algo mudar; nós do grupo sabemos que ninguém fará nada por nós, por isso continuaremos lutando, nós mesmos faremos. Evoé cultura brasileira! Evoé as iniciativa culturais do meu vasto sertão!”, completa Luis Marinho.


Por Luiz Marinho via facebook