No encontro do desejo com o amor me perdi
Ali, naquela floresta fechada tudo era estranho
De repente, as sombras que se levantavam,
o sol que já estava descendo ao poente,
a lua que naquela noite não brilhava
Eu andava pela vereda apertada
onde somente o olhar fixo era a minha confiança
Não tinha coragem de gritar, porque
A aflição da alma, o aperto no peito,
as lágrimas nos olhos tiravam a minha esperança
A noite vai chegando tão rapidamente
que nem lembro de ver o por do sol
vejo apenas fantasmas do meu imaginário julgo
todos cantando, vibrando, me caçoando
rebolando à minha frente em caracol
Fui pegada pelo tom cinza do medo,
pela temperatura fria do desamor
Fui tomado pela fantasia do teatro vil
fui afetado pelo rancor da dor que
tirou meu amor assim, tão cedo
Fui afastada do do som das cores
Já não vejo mais o que realmente me toca
Só vejo a vontade de sair, de me entorpecer
Os redemoinhos do medo tomaram meu ser
agora, o sentimento proibido me sufoca
A matéria me arrasta ao solo, imobiliza-me
Estou exausto pelo sentimento intranquilo
que me avassala a ficar em silêncio
O tom sombrio do medo me perturba
Já não sei mais o que é isto ou aquilo
Escondo-me para aparecer nas praças, nua
indiferente a tudo que já amei, sem toda a calma,
determinada a viver o mais vil teatro
aquele que pode ser o mais importante esconderijo
dos medos da minha vida, do vazio da minha alma.

Mônica Freitas em: 06 de outubro de 2013.