Evolução urbanística de Apodi - Habitantes do !Quadro da rua'' nos anos de 1930 a 1950 (IV) 

O crescimento urbano desordenado projetou uma certa preocupação no nosso historiador conterrâneo JOSÉ LEITE, que trouxe para as páginas do Livro III - ''FLAGRANTES DAS VÁRZEAS DO APODI'' : ''Vale salientar e discutir aqui o crescimento urbano (quase desordenado) da sede municipal que, em quarenta e três anos, aumentou de 324 para quase 8.000 prédios. Devo acrescentar que, ao sair do Apodi, em maio de 1945, contei cuidadosamente todas as casas do setor urbano e encontrei, apenas, 324 construções e hoje, segundo estimativa, elas devem somar cerca de 8.000, restando-nos questionar se tal crescimento foi normal ou, pelo contrário, mal dimensionado, sujeitando a nossa terra a um enfrentamento de consequências imprevisíveis. A análise nos faz remontar a certeza de que é difícil viver o presente e projetar o futuro sem buscar no passado os exemplos e os valores.

Prédio antigo onde funcionava o bar satélite, em décadas passadas

Volvemos ao painel dos antigos imóveis residenciais e comerciais da atual Rua São João Batista. O vigésimo-sexto imóvel, hoje pertencente ao comerciante do ramo de tecidos sr. JOÃO LUCAS pertencia ao Coronel Lucas Pinto, que o havia comprado ao Sr. Cazuza Marcolino, pai de Janjoca Marcolino, que por sua vez é o pai de Leonildes Marcolino. a Vigésima-sétima casa pertencia a uma família do sítio ''Córrego''. A Vigésima-Oitava casa pertencia ao sr. MANOEL ANTONIO DE ALBUQUERQUE MOTA, popularmente conhecido como ''Néo Mota'', que veio a ser sogro de Gabriel Maia (Gabí). A Vigésima-Oitava casa pertencia ao Sr. CESÁRIO MONTEIRO DA COSTA, casado com Joana Gomes de Oliveira, da família dos FERREIRA LEITE (dos Pichecos), e foram pais de João Gomes da Costa, casado com Letice Magno Pinto, que por sua vez são os pais de Mana Pinto. 


A Vigésima-Nona casa pertencia ao Tabelião Público SEBASTIÃO PAULO FERREIRA PINTO, nascido em 1888, e criado por seu tio paterno o Coronel Antonio Ferreira Pinto. Sebastião Paulo era casado com sua prima Sinházinha, filha de Sebastião Corrêia de Oliveira Pinto e Maria Amância de Oliveira, e era amigo íntimo do chefe de jagunços Benedito Saldanha, com quem cerrava fileiras na facção política oposicionista aos Coronéis João Jázimo Pinto, João de Brito Ferreira Pinto e Francisco Ferreira Pinto. Sebastião Paulo e Sinházinha não tiveram prole, porém, adotaram vários parentes, dentre estes o Zé Cotí, que reside em Natal.


A Trigésima casa pertencia ao conhecidíssimo ''Major Barra'', cujo nome civil era FRANCISCO PEDRO DE OLIVEIRA COSTA, do clã familiar dos BARRA, denominativo familiar vinculado ao fato de terem nascido no sítio ''BARRA'', feudo territorial da família, cujas terras começam da margem da lagoa estendendo-se até o sopé da serra. Outro personagem desta honrada família que teve destacada atuação política em Itaú foi o Sr. Luiz Manoel de Oliveira, conhecido popularmente como SENHOR BARRA, que foi eleito Vice-Prefeito em Itaú, em 1962.

A Trigésima-Primeira pertencia ao Sr. HILDEBRANDO LEITE, nascido em Apodi a 03.08.1907, filho de Manoel Ferreira Leite (Mané Leite) e de Francisca Gomes Leite. Hildebrando casou com dona ESTELITA PAMPLONA e foram pais de DERIM LEITE e ADÉLIA. A Trigésima-Segunda casa pertencia ao farmacêutico e político ANTONIO LOPES FILHO, conhecido popularmente como Sêo TONHO LOPES, eleito Vice-Prefeito de Apodi em 21.03.1948, como companheiro de chapa do Prefeito eleito Francisco Holanda Cavalcanti (Nenen Holanda) tendo casado com Armandina de Góis e foram pais do Professor Robson Lopes, homem de reconhecidos e elevados atributos intelectuais.

Por Marcos Pinto - historiador apodiense
Matéria copiada do:  Blog Potyline