O namoro é o ato de namorar, de inspirar amor, simpatia. Antigamente, quando havia mútua simpatia entre rapaz e moça, dizia-se que estavam namorando. Era o inicio do romance amoroso. De acordo com os costumes da época, que já vai longe, era realizado com o máximo respeito, sempre a distancia, com timidez, pois qualquer cena não recomendável era o motivo de censura ou de escândalo. 

A troca de cartas entre namorados, nos velhos tempos, um meio muito usado para se comunicarem. Era através desse tipo de correspondência que muitas vezes se entendiam, fazendo suas declarações, suas queixas,  enfim, seus sentimento. Qualquer liberdade que permitisse um contato mais intimo, entre os namorados, tinha que ser feito em lugar reservado. Moça beijada era moça falada. 

O rapaz pegar na mão da moça, publicamente, significativa compromisso de casamento – de noivado. Com todas essas barreiras, impostas pelos preceitos da época, vez por outra uma donzela era desvirginada. Perdia a honra antes de casar, o que representava um grande escândalo. Quando o rapaz se recusava a casar, a coisa se complicava. Significava este fato, para a família ofendida, uma vergonha ultrajante. Em virtude desse acontecimento, hoje tão vulgar, naqueles tempos poderiam surgir vinganças com crimes de morte. Feridas nos seus brios, muitas famílias adotavam a violência em defesa da honra de suas filhas.

A justiça punia os crimes ofensivos à honra das donzelas. Cheguei a ver rapaz preso na cadeia do Apodi, por ter praticado esse crime. Esse tipo de punição não existe mais, carta fora do baralho. E hoje como é o namoro? Simplesmente a moça se entrega ao rapaz, que tem a liberdade plena para praticar outros atos, além do simples namoro. 

O respeito à honra praticamente não existe. O tabu foi quebrado, a moral da família abalada. Os pais já não têm mais o domínio sobre os filhos. Criou-se uma situação nova na estrutura da família apodiense que aos poucos vai perdendo o sentido da união da estabilidade social, afastando-se dos princípios da religiosidade e da moral.

Fonte: Apodi, Sua História - Válter de Brito Guerra