Acampamento Sarah Kubisschek,
Santa Cruz de Taguatinga,
quase Presidente Kennedy,
pioneiros e candangos reunidos,
confusão com Tabatinga.
Por fim, a Taguatinga trepidante,
orgulho de pioneiros destemidos
e construída em ritmo alucinante.

A furiosa tomada da Vila Matias,
e as lutas pela invasão da Vila Dimas,
inesquecidas até os nossos dias.
Os córregos de Taguatinga e do Cortado,
as confusões da Guarda Especial
e as invasões, esperança do Eldorado.

A luta do padre contra a rodoviária
e a transferência da Vila Amauri,
o núcleo agrícola Alexandre de Gusmão,
as praças do Bicalho do D.I.,
as brigas de galos da Vila Matias
e o nome Taguatinga, em tupi-guarani.

Orgulhosas lembranças a contar,
a contenciosa caixa d’água do contorno,
invasão IAPI – hoje Ceilândia,
uma nova satélite, que a brilhar,
promete um crescimento sem retorno,
aumentando a sua área sem parar.

Trintas anos crescendo sem parar,
em orgulhosa marcha e sem programa,
seiscentos mil habitantes a contar,
numa corrida que não perde a chama.
Praça Rodoviária, hoje Relógio,
primeira paróquia e Cine Paranoá,
o DAE e a grande falta d’água,
Estrada Parque, ao lado do Guará.

Taguatinga Norte e Taguatinga Sul,
Taguatinga Centro e Setor Comercial,
Taguacenter e Mercado Norte,
avenida Sandu e Via Estrutural,
riachos das Furnas e das Pedras,
Vila Samambaia e avenida Central.

A construção de Taguatinga
não foi trabalho de tolos;
candangos engoliam a poeira da restinga
e passavam logo a vomitar tijolos.

Brasília/DF, 6 de junho de 1988

Nota: Ave Branca, em tupi-guarani, significa Taguatinga.