
de Trovas de Coração,
lembrei toda a minha gente
e recordei meu bom sertão
Obrigado, meu amigo,
do fundo do coração,
pois eu relembrei contigo,
a vida do meu rincão.
Revivi velhos amores,
relembrei a arribação,
senti gostosos odores
e alegrei meu coração
As Trovas do Coração,
que o amigo me enviou,
lembrara-me com emoção
a terra que me criou.
Continue, meu bom vizinho,
continue a poetar,
ensinando o bom caminho
de nossas terras cantar.
Senti cheiro de quixaba
e odores de cumaru,
dobrei do chapéu a aba,
vendo o planar do urubu.
Subi em coqueiro alto,
peguei pombinhas nos ninhos,
pixei em unha de gato
e errei diversos caminhos.
Fiz apanha de umari,
peguei peixes com as mãos,
na Lagoa do Apodi,
junto com meus dois irmãos.
Comi mel de jandaíra,
capuchu e enchuí,
comi pão de macambira
com mel de inchu e de jati.
Divisei uns veadinhos,
andando pela estrada,
vi cururus e sapinhos
e assisti uma farinhada.
Tudo foi muito gostoso,
matei todas as saudades,
vi mata de fedegoso
e revivi amizade
Brasília/DF, 18 de agosto de 1989
Nota: Para Aurélio Rodrigues de Loiola, grande trovador cearense, professor residente em Refice/PE.
Flagrantes das Várzeas do Apodi - José Leite(Separata de Pré-Lançamento)
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