A solidão é azul
como o lado vazio da porta ocre:
tão necessária quanto a porta,
que indica a saída,

A solidão esbarra no azul
da lua salpicada de manchas nuas.

Vital, para se dizer nada,
nas vezes imprecisas
em que o vento rouba as vozes
amiga
e corrompe os ais noturnos,
a solidão é a única porta
para encontros de si com si.

A solidão é azul
como o outro azul da Ru
invisível para os medos noturnos.

É um ai necessário
para se dizer vivo.

"Anjo Torto"
Aluísio Barros de Oliveira