Manhã de domingo
Estaciono em mim mesma,
tenho um encontro comigo
Me olho
por fora
por dentro
Penso...
Na correria do dia-a-dia
tenho esquecido
(Que perigo!)
de fazer em mim
uma vitoriosa
profilaxia
um mapeamento
do corpo
da alma
da mente
da vida
esvaída
nas idas
e vindas
ao trabalho
às atividades diárias
que nos roubam
(ou nós é que nos deixamos roubar)
sem querer
saber
fazer
um “check-up’’
na nossa existência...
(Há, para nós, indulgência?)
Daí o motivo
da dormência
na nossa convivência
com a família
amigos
e principalmente com Deus.
Nesse corre-corre
somos atropelados
pelo egoísmo
egocentrismo
e por tantos outros “ismo’’..
Sem nos darmos conta de
que há um sol que desponta
lá fora
lindo de viver!
Também há gente que chora
de tanto sofrer!
Porém, somos arrastados
como por um vendaval constante
que nos deixa distantes
da essência,
ficarmos na iminência
(prestes à falência)
de perder
por não saber
viver
proceder
como um Ser,
tudo o que mais desejamos ter:
a felicidade!
Sem percebermos
(será mesmo que não percebemos?)
tornamo-nos pessoas
“programadas’’
ocupadas
demasiadamente
como quem não sente
todo o mal
que fazemos a nós mesmos
aos outros
a muitos.
Não chegamos juntos
em conjunto
mas vivemos
como se houvesse apenas
a 1ª pessoa do singular
EU sou
EU estou
EU vou
o sentimento de posse
também é forte:
MEU trabalho
MINHA casa
MEU mundo
Que mundo?
se no mais profundo
criarmos o nosso próprio
como um “reinozinho’’
que tentarmos administrar?
Lá fora o sol está forte.
queima...
Aqui dentro
o meu coração
bate forte
também está acesso,
Ambos são semelhantes
(ilusão de ótica!)
São muitas as diferenças...
O sol ilumina e aquece
a todos!
E eu..
tenho iluminado,
tenho aquecido
algo
ou alguém,
ou apenas tenho sido refém
da própria vida
inserida no século XXI?
Mas na tentativa,
eu sei que há saída
percorro um labirinto infindo...
Sinto
Pressinto
que um dia eu chegarei lá
encontrarei a chaves
da fechadura
que dá abertura
ao coração
de cada criatura.
Preciso ir!
Algo urgente me chama
reclama
proclama
A minha consciência manda:
“Vai primeiro à procura de
tua própria chave!’’

Maria Luiza Marinho da Costa