Na vida somos iguais
Às folhas das árvores
Uma hora verdes, vivas
Radiantes como mármore
Outra hora caídas
Com memórias do que passastes
Enquanto verdes dão a vida
Já amarelas, reprimidas
Vencidas, sofridas,
Cheias de marcas da lida
São apenas as sombras
Da sociedade esquecida
Esquecida pelas outras, folhas a amadurecer
Ocupando a posição
Comandando a relação
Obedecendo a multidão;
Multidão, sim, a mesma
Que te fez murchar e cair
Que de tanto pressionar
Te impediu de prosseguir
E sobre isso devemos
Sempre refletir:
Sobre a vida, sobre tudo e perguntar:
“O que eu faço aqui?”
“Sentado, cansado, chateado,de lado?”
“Esperando o quê?”
“Sofrer, morrer, crescer,
Amadurecer, perder, se render?”
“O que fazer?”
“Ah, quer saber? Não vou deixar
Tudo isso acontecer”
“Vou seguir firme e forte
E, simplesmente, viver”
Voltar a crescer
Servir de adubo
Para os que não podem ver
Abrir os olhos daqueles
Que não podem (ou não querem) enxergar
Que vivem por viver
Deixando a vida lhes levar
Sem deixar nenhuma marca
Pela qual deles irão se lembrar
Pois, a vida é muito curta
Para assim desperdiçar;
Folhas crescem, folhas caem
Vida chega, vida vai
É essa a realidade
E temos que aceitar
Temos que viver
Pois um dia acabará
E tudo passará;
“Então, significa que tudo é em vão?”
Pode ser que sim
Pode ser que não
Depende de você
Da sua reação
Você que tem que saber
Qual a sua opinião?
Vai viver para viver
Ou será apenas
MAIS UMA FOLHA AO CHÃO?