Sorveteria em Apodi 

Quem ia tomar sorvete de frutas na Sorveteria? Que saudades daqueles sabores! Hoje, sorvete vem acompanhado de tanto produto químico...
A gente saía do Antônio Dantas e ia azarar lá na Sorveteria. Juntávamos uns tostões, sentávamos em uma mesa e... o mundo era nosso. 

Puxa, vida! Que felicidade. A gente tinha, sei lá, dezesseis, dezessete anos e nem pensava em drogas ou em se empaturrar de cerveja. Um sorvete ou picolé, muita conversa e planos mirabolantes. Depois, alguns de nós íamos encher o saco dos futebolistas fanáticos na Cigarreira de Ivan. 

Esse Apodi, aquele que ficou perdido na década de 1970, peço desculpas pelo saudosismo, é, ainda hoje, o meu sonho feliz de cidade. Pode ser que, para um cara da Várzea, a experiência urbana daquele universo compreendido pela ACDA, Cine Odeon, Pátio da Igreja e Bar de Celso Marinho seja algo como aquela dos brasileiros de elite que chegaram à Paris no final do século XIX...

Esse Apodi, que carrega na memória, acalma meus dias e me dá muita paz. Faz-me sentir que o Deus das pequenas coisas é grande para caramba!

Por Edmilson Lopes Júnior