A alimentação da família apodiense, em anos normais, nos tempos antigos, sempre se caracterizou pela simplicidade. Como época de referência, para este estudo, consideramos as últimas décadas do século passado e as primeiras deste.

Uma família de nível médio, geralmente tinha sua mesa farta, com alimentos variados. As informações a esse respeito, nos chegam através de pessoas que guardam na memória as tradições orais, que passam de geração a geração. Somos de opinião, portanto, que a alimentação, antigamente, era mais farta na mesa das famílias. Para se ter uma ideia, basta ver que naquela época eram servidas quatro refeições durante o dia. Hoje não existe essa possibilidade. As refeições eram servidas da seguinte maneira:

Café da manhã: Entre às 6 e às 7 horas; onde  serviam-se leite, queijo, tapioca, cuscuz, bolachas;
No almoço: Entre às 9 e às 10 horas; comiam-se carnes de gado, de aves (diversas) arroz, feijão tem-perado, farinha de mandioca, mungunzá, cuscuz, ovos;
Na janta: Entre às 2 e às 3 horas da tarde; serviam-se carne, feijão temperado, arroz, farinha de man-dioca, ovos, carne de aves.
Na ceia: às 6 horas ou um pouco mais tarde; nessa refeição o alimento predileto era a coalhada ado-çada com rapadura raspada, cuscuz, leite, tapioca, café.

A classe pobre alimentava-se com feijão, arroz, farinha de mandioca, batata doce, mungunzá, rapadu-ra, caça (aves e animais silvestres), peixes. A carne para o pobre era alimento difícil. Raro era o dinhei-ro para adquirir o produto. 

O município possuía uma grande e variada quantidade de aves e animais silvestres. A caça, portanto, era uma segurança da população carente, no que diz respeito, a alimenta-ção de todos os dias, inclusive o mel de abelha que havia com fartura. A caça era pegada ou abatida com muita facilidade. Tamanha era a quantidade existente no município.

Os fazendeiros de maior renda tinham o hábito de abater uma rês (bovino) por mês para o consumo da casa. Semanalmente abatiam uma criação (caprino ou ovino), e às vezes suíno. Isto, atualmente, é difícil acontecer.

Fonte: Apodi, Sua História - Válter de Brito Guerra