“Descobrir os segredos
Prováveis da alma feminina
É tarefa árdua complicada
Que exige física, química fina
A uma viagem só de ida,
Talvez sem volta, não sei,
Percorrendo penhascos e montanhas
Longínquos labirintos que jamais pensei

Descobrir os segredos
Num único toque ou olhar,
Num gesto ímpar, concentrador
Duma escultura coesa, a contemplar
Sua majestosa beleza galáctica,
Ao encher-se todas as paisagens
Que os olhos meus hão de vir
Em que tal deserto envolto de miragens

Descobrir os segredos
Numa fonte jorrante d’água pura
Que refresca minha mente,
Igual infante recoberto de candura
E idioso por agora sentir nascer
Em aberto peito chamado sentimento
Quiçá cilco banal das paixões
Despertando olhares nesse renascimento

Descobrir os segredos
Escondidos no âmago interior
Com jeito nobre sincero
Desabrochando no plume cantor
Melodias incomuns, nas racionais
Que relembram algo nunca pensado
A assanharem difíceis pensamentos
Que cogitam todo pranto derramado

Descobrir os segredos
Como lágrima seca
Que evaporada pelo vento levada
Uma dialética do tipo Sêneca
Nos levam sem direção e rumo
Numa empreendida louca caminhada,
Enfrentando o dia mórbido quente
E uma escura noite gelada

Descobrir os segredos
Dessa mulher que amo
É empreender a um ponto infindável,
E implorar sorte que sempre chamo
Aventurar com deleites em curvas,
Adormecendo em você acorrentado,
São mil motivos de te beijar dormindo
E sonhar amando-te mesmo acordado’’.

"Caminhos do Meu Ser"
Paulo Filho Dantas