Conta Nonato Mota, nas suas “Notas sobre a Ribeira do Apodi” que “por causa de datas de terras, lutaram em uma questão o capitão Geraldo Saraiva e o Lima, este último residente na serra de Patu, que por sinal lhe tomou o nome. 
Tendo o Capitão Geraldo Saraiva obtido sentença favorável, o Lima apelou para as cortes de Lisboa e acompanhou a questão. 
O Lima era um dos advogados mais notáveis naquele tempo. Chegando a Lisboa, requereu uma audiência a Dom João Príncipe Regente, que governava Portugal naquele tempo. Indo à presença do príncipe, fez uma tão bela alocução ou defesa, que o Príncipe não só reconheceu seus direitos, como nomeou-o capitão general no Brasil. 
Depois de sua retirada do palácio, a Rainha Dona Maria I, admirada de ver tanta coragem e inteligência em um brasileiro, perguntou a seu filho Dom João o que tinha feito a benefício daquele brasileiro. Dom João respondeu que tinha reconhecido os seus direitos e nomeado capitão general do Brasil”. Então ela lhe disse: 
“Só isto concede àquele Lima que corta tão macio? V. Precisa de amigos no Brasil, portanto, mande chamá-lo e ofereça o que ele mais desejar em sua pátria”.
Sendo chamado o capitão general Lima à presença do Príncipe, este lhe perguntou o que queria ou desejava no seu Brasil, lhe pedisse que obtinha. 
O Lima respondeu que desejava a divisão do Rio Grande do Norte com a Paraíba. Então o Príncipe pediu os limites e o Lima ficou de remetê-los do Brasil, o que o fez. 
Não só satisfeito com o triunfo da questão, o Lima aproveitou o ensejo para vingar-se do Capitão Saraiva, deixando as suas fazendas e as de sua família em Riacho dos Porcos (Brejo do Cruz e Catolé do Rocha), para a Paraíba. E como para esse fim, era necessário dar algumas tortuosidades à linha, ficaram os limites sinuosos que se vêem, e até o presente os governantes não se lembraram ainda de endireitá-los.

Fonte: Apodi, sua história, Válter de Brito Guerra