Daí a família passou a residir no povoado de Pedra das Abelhas, atualmente Felipe Guerra, onde Lourdes estudou catecismo e fez a primeira comunhão. Casou-se com seu parente Sebastião Noronha da Mota. Desse casamento houve cinco filhos, dos quais, apenas um lhe sobrevive, Antônio Estênio da Mota, funcionário da FSESP.
Colaborou com diversas obras sociais nesta cidade, dirigindo com eficiência o clube de Mãe da FUNDEVAP, durante longo período. Pertencia ao Apostolado da oração, Associação de Santa Terezinha, obras filiadas à paróquia de Apodi, onde prestou valiosos serviços.
Lourdes Mota nunca parou de estudar. Matriculou-se no curso de Madureza Ginasial pelo rádio, no qual foi aprovada com destaque. Apesar das dificuldades que enfrentava, para sobreviver, lecionando em escolas públicas e particulares, não se descuidava do aperfeiçoamento dos seus estudos, o que demonstra a sua enorme capacidade para o trabalho. Freqüentou e concluiu em Natal, o Curso de Eficiência para português, em 1969, e se preparava para receber o diploma de 2º grau, do Projeto Logos II, quando foi acometida pela grave enfermidade que lhe tirou a vida.
Ainda menina, aos treze anos, Lourdes já se encontrava em plena atividade docente, lecionando em escola no Sítio Irapuá, neste município. Passou por diversos sítios e fazendas, na zona rural, sempre preferida pelos que ouviam falar na sua eficiência como professora.
Em 1946, foi nomeada para a escola municipal do Sítio Santa Cruz. Tempos depois era designada para a escola Isolada do Sítio Baixa Grande. Em 1956, foi lotada no Grupo Escolar Ferreira Pinto desta cidade, onde ensinava o quinto ano primário. Passou a fazer parte do corpo docente do Ginásio Estadual “Professor Antonio Dantas” por designação da Secretaria Estadual de Educação.
Professora de grandes méritos, inteligência privilegiada, Lourdes Mota possuía qualidades que marcaram sua brilhante carreira no magistério, tanto público como particular.
Afetuosa e paciente para com os seus alunos, Lourdes jamais perdeu a calma quando precisava resolver um problema de indisciplina, coisa rara na sua classe. Apesar da tolerância e do carinho que dedicava aos seus discípulos, “Dona Lourdes”, como era chamada por eles, sabia imprimir rigoroso respeito às suas aulas.
Foi uma figura marcante na vida escolar e educacional da cidade e do município, notável pela sua rigorosa pontualidade ao trabalho. Fosse qual fosse o obstáculo, até mesmo quando sofria da séria enfermidade, não deixava de comparecer para dar aulas.
E assim lutou, como heroína, até ser vencida pela doença incurável. Foi o maior exemplo de dedicação e amor ao ensino em Apodi. Faleceu nesta cidade no dia oito de abril de mil novecentos e setenta e oito (1978).
Fonte: Apodi, sua história (Válter Guerra).