O Lajedo de Soledade localizado em Apodi- Rio Grande do Norte é o sítio arqueológico mais importante do estado. Caracterizado por uma formação de rocha calcária do período paleolítico, com idade geológica estimada em 90 milhões de anos, isso tudo aconteceu porque o mar recuou e como consequência houve uma erosão causada pelas chuvas nas rochas, criando fendas e cavernas que foram habitadas por homens pré-históricos.
No sítio arqueológico estão presentes pinturas e marcas rupestres representadas em 53 painéis espalhados em três áreas demarcadas, simbolizando figuras de espécies e formas geométricas, todas feitas por índios que habitaram a região, deixando marcas feitas com as pontas dos dedos, pequenos galhos, pincéis primitivos e com carimbos desenhados nas mãos. Durante o ano de 1993 o Lajedo tornou-se um importante atrativo, constituindo um produto turístico cada vez mais valorizado em função da curiosidade em torno da origem de homens que habitaram essa região no passado.
A preservação do sítio é feita pelos moradores da localidade e sobrevive até hoje graças à fundação amigos do Lajedo Soledade- ONG, formada por geólogos, com apoio da Petrobrás, infelizmente foi percebido que o Lajedo não recebe nenhum apoio por parte da prefeitura e nem de órgão públicos. Tomando como base conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula sobre os principais tipos de turismo no Brasil, podemos identificar que dentre as diversas modalidades de turismo, a que melhor caracteriza o Lajedo é o turismo cultural, vinculado ao patrimônio arqueológico que apresenta em seu solo passagens de antigos habitantes, desenhos e pinturas rupestres.
O perfil de turista que visita este lugar são geralmente estudantes, pesquisadores, geólogos e historiadores que visam estudar a história local. Vale destacar que o turismo é uma atividade como qualquer outra, que provoca impactos positivos e negativos no local onde está sendo realizado. No Lajedo podemos observar que o turismo do ponto de vista positivo é considerado um eficiente meio que promove a difusão de informações sobre a região, destacando seu valor histórico-natural e cultural. Abrindo dessa maneira novas perspectivas sociais como resultado do desenvolvimento econômico e cultural da região.
Por outro lado o turismo provoca na região os seguintes impactos negativos: exploração de mão- de – obra da população local com pagamentos de baixos salários, os preços dos produtos nos destinos turísticos geralmente são mais altos do que nos outros lugares fator que pode levar a uma pressão inflacionária, destruição da cultura local pelo processo de aculturação, banalização da cultura local e de grupos minoritários, que são transformados em simples atração, perdendo a verdadeira identidade e autencidade, miscigenação da cultura local. Impactos do turismo são mudanças que ocorrem como consequência da atividade turística. Segundo Wall (2000), os estudos estão focados nos impactos na região de destinos esquecendo-se de que região de origem e os próprios turistas também são afetados por essa atividade.