A história da ocupação das terras da CHAPADA DO APODI, sem metais preciosos e infestada de feras e de índios tapuias ferozes, constitui uma das grandes epopéias da formação territorial do município de Apodi. Quando o bravo bandeirante MANOEL DA SOLEDADE venceu e empurrou o gentio indígena para mais longe, estabeleceu sua fazenda de criar gado nas imediações do que ele denominou de "LAJES GRANDES", onde hoje situa-se o sítio "Soledade". Assim se fez, nestas dilatadas e semi-áridas terras, um povoamento digno dos estudos do Marechal Rondon - O famoso desbravador, e de Coriolano e Nonato Mota - historiadores.
As intempéries do tempo, aliadas às belicosidades dos índios, fez com que a ocupação das terras fosse feita de forma lenta e gradual. Segundo documentos oficiais, especialmente as famosas CARTAS DE DATA DE SESMARIA, a família NOGUEIRA, pioneira no processo de colonização e ocupação das terras apodienses, optou por estabelecer seus currais de gado nas terras situadas ao redor das lagoas de Apodi e do "Apanha-Peixe", tendo a abundância da água como elemento crucial para sua fixação, fenômeno ao qual os historiadores denominam de HIDROTROPISMO, que significa que a água é o fator determinante para a fixação do homem ao lugar que ele escolheu para fixar moradia e estabelecer seus currais de gado. Assim, na sequência cronológica do processo de povoamento, temos Manoel da Soledade como pioneiro, recebendo a concessão de suas três léguas de terras de comprido por uma de largura, nas ditas "LAJES GRANDES", em CARTA DE DATA DE SESMARIA expedida em 01 de Fevereiro de 1766. Já em 15 de Março de 1785 eram doadas terras no mesmo regime de sesmarias, ao Capitão José da Cunha Pereira, compreendendo terras situadas entre as LAJES DA SOLEDADE, caminho do Jaguaribe, e a fazenda "Ponta da Lagoa", por cima da serra, ou seja, as terras começavam onde hoje é o sítio "Ponta" e se estendia até em cima da serra. (FONTE: QUARTO VOLUME DAS 929 SESMARIAS DO RN - 1764 a 1805 - Coleção Mossoroense - Fundação Vingt-Un Rosado - Maio de 2000). No inventário do Tenente-General Francisco de Souza Falcão (Ano de 1812), consta dentre os seus bens de raiz, terras na Serra da Picada do Apodi. (FONTE: Vide livro "VELHOS INVENTÁRIOS DO OESTE POTIGUAR", pág. 34 a 36 - Autor: Marcos Antonio Filgueira - Coleção Mossoroense - Série C - Volume 740 - Ano 1992.). No inventário do seu filho Sebastião de Souza Falcão (Ano de 1846), consta que possuía "terras no sítio Soledade, da estrada da picada do Apodi, que o inventariado herdou de seu pai". Em 04.08.1836 encontramos o Sr. Francisco de Souza Falcão, filho do dito Tenente-General Falcão, vendendo terras no sítio "Olho D'água da Soledade" ao Sr. Alexandre da Costa Pinto, que por sua vez as vendeu em 12.12.1838 ao Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA. Em 20.07.1839 o Padre Christovão de Holanda Cavalcanti, residente em "Afogados da Ingazeira"- Pernambuco, vendia terras no sítio "Soledade" ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira. As terras situadas distantes das "Lajes Grandes" foram povoadas por DOMINGOS BORGES DE ABREU, que recebeu concessão em 07.04.1717, e que até hoje são conhecidas as ditas terras como sendo a famosa "DATA DO ABREU". As terras onde estão situados os sítios DO GÓIS e ALGODÃO foram povoadas por ROMUALDO MACHADO, que ainda vivia no ano de 1775 residindo na então Aldeia do Apody, cujas três léguas de terras tem a denominação em documentos cartoriais de registro de terras, como sendo a "DATA DO ROMUALDO", denominação esta que perdura até hoje. Pesquisando em vários livros de Registro de Notas do primeiro Cartório Judiciário de Apodi (Período 1831 a 1856) encontrei o Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA vendendo meia légua terras a ele pertencentes, ao Sr. João de Góis Nogueira. Em 22.08.1836 o Capitão João Lourenço Pereira de Azevedo, morador em Pernambuco, vendeu terras situadas no sítio "Soledade", ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira, irmão de Joaquina Mariana de Jesus, primeira esposa do Capitão Vicente Ferreira Pinto, cujas terras ele as houve por herança do seu filho Ignácio Pereira de Azevedo e sua nora Leonor.
Diante seguidos processos de compra e venda das terras onde está encravado o sítio "Soledade", resta a certeza de que os herdeiros de Manoel da Soledade as vendeu depois da morte dele, ocorrida a 07.02.1775, aos senhores acima citados.
Marcos Pinto – Historiador e Presidente da Academia Apodiense de Letras - AAPOL
As intempéries do tempo, aliadas às belicosidades dos índios, fez com que a ocupação das terras fosse feita de forma lenta e gradual. Segundo documentos oficiais, especialmente as famosas CARTAS DE DATA DE SESMARIA, a família NOGUEIRA, pioneira no processo de colonização e ocupação das terras apodienses, optou por estabelecer seus currais de gado nas terras situadas ao redor das lagoas de Apodi e do "Apanha-Peixe", tendo a abundância da água como elemento crucial para sua fixação, fenômeno ao qual os historiadores denominam de HIDROTROPISMO, que significa que a água é o fator determinante para a fixação do homem ao lugar que ele escolheu para fixar moradia e estabelecer seus currais de gado. Assim, na sequência cronológica do processo de povoamento, temos Manoel da Soledade como pioneiro, recebendo a concessão de suas três léguas de terras de comprido por uma de largura, nas ditas "LAJES GRANDES", em CARTA DE DATA DE SESMARIA expedida em 01 de Fevereiro de 1766. Já em 15 de Março de 1785 eram doadas terras no mesmo regime de sesmarias, ao Capitão José da Cunha Pereira, compreendendo terras situadas entre as LAJES DA SOLEDADE, caminho do Jaguaribe, e a fazenda "Ponta da Lagoa", por cima da serra, ou seja, as terras começavam onde hoje é o sítio "Ponta" e se estendia até em cima da serra. (FONTE: QUARTO VOLUME DAS 929 SESMARIAS DO RN - 1764 a 1805 - Coleção Mossoroense - Fundação Vingt-Un Rosado - Maio de 2000). No inventário do Tenente-General Francisco de Souza Falcão (Ano de 1812), consta dentre os seus bens de raiz, terras na Serra da Picada do Apodi. (FONTE: Vide livro "VELHOS INVENTÁRIOS DO OESTE POTIGUAR", pág. 34 a 36 - Autor: Marcos Antonio Filgueira - Coleção Mossoroense - Série C - Volume 740 - Ano 1992.). No inventário do seu filho Sebastião de Souza Falcão (Ano de 1846), consta que possuía "terras no sítio Soledade, da estrada da picada do Apodi, que o inventariado herdou de seu pai". Em 04.08.1836 encontramos o Sr. Francisco de Souza Falcão, filho do dito Tenente-General Falcão, vendendo terras no sítio "Olho D'água da Soledade" ao Sr. Alexandre da Costa Pinto, que por sua vez as vendeu em 12.12.1838 ao Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA. Em 20.07.1839 o Padre Christovão de Holanda Cavalcanti, residente em "Afogados da Ingazeira"- Pernambuco, vendia terras no sítio "Soledade" ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira. As terras situadas distantes das "Lajes Grandes" foram povoadas por DOMINGOS BORGES DE ABREU, que recebeu concessão em 07.04.1717, e que até hoje são conhecidas as ditas terras como sendo a famosa "DATA DO ABREU". As terras onde estão situados os sítios DO GÓIS e ALGODÃO foram povoadas por ROMUALDO MACHADO, que ainda vivia no ano de 1775 residindo na então Aldeia do Apody, cujas três léguas de terras tem a denominação em documentos cartoriais de registro de terras, como sendo a "DATA DO ROMUALDO", denominação esta que perdura até hoje. Pesquisando em vários livros de Registro de Notas do primeiro Cartório Judiciário de Apodi (Período 1831 a 1856) encontrei o Sr. MARCOS ALVES DA FONSECA vendendo meia légua terras a ele pertencentes, ao Sr. João de Góis Nogueira. Em 22.08.1836 o Capitão João Lourenço Pereira de Azevedo, morador em Pernambuco, vendeu terras situadas no sítio "Soledade", ao Sargento-Mór Antonio Francisco de Oliveira, irmão de Joaquina Mariana de Jesus, primeira esposa do Capitão Vicente Ferreira Pinto, cujas terras ele as houve por herança do seu filho Ignácio Pereira de Azevedo e sua nora Leonor.
Diante seguidos processos de compra e venda das terras onde está encravado o sítio "Soledade", resta a certeza de que os herdeiros de Manoel da Soledade as vendeu depois da morte dele, ocorrida a 07.02.1775, aos senhores acima citados.
Marcos Pinto – Historiador e Presidente da Academia Apodiense de Letras - AAPOL