Dissertação: Manejo pré-abate e bem-estar de ovinos mestiços no Estado do Ceará 
Autor(a): Luanda Rêgo de Lima 
Programa: Zootecnia 
Instituição: Universidade Federal do Ceará 
Publicação: 2014 
Fonte do artigo: UFC 


Resumo: 
O manejo pré-abate é uma etapa crucial durante a produção animal e pode ser considerada como uma das fases onde ocorre a maior parte das perdas, o que certamente resulta na queda na qualidade do produto final e compromete as condições de bem-estar dos animais. Com isso, esta pesquisa teve como objetivo principal monitorar todas as operações pré-abate, bem como avaliar a influência que estas exercem sobre o bem-estar de ovinos mestiços produzidos no estado do Ceará. Para isso foram acompanhados dois transportes, de 50 ovinos machos mestiços (Santa Inês e Morada Nova), com seis meses de idade, de onde foi retirada uma amostra representativa de 20 animais, selecionados aleatoriamente. Durante todas as operações pré-abate (embarque, transporte e desembarque), foram avaliados os parâmetros ambientais: temperatura (Ta) e umidade relativa do ar (UR), fisiológicos: frequência cardíaca (Fc), frequência respiratória (Fr), temperatura retal (Tr) e temperatura superficial (Ts) e bioquímicos: cortisol (COR), creatina fosfoquinase (CPK) e glicose (GLI). Observou-se que a Ta aumentou ao longo das etapas pré-abate e no desembarque ficou acima da zona de conforto térmico (33,2 ºC±0,29). A UR apresentou-se elevada na etapa de embarque (83,9 %±0,92) e foi diminuindo à medida que a Ta aumentava. A Tr e a Fr diminuíram durante o transporte (39,9 ºC e 37,8 mov.min¯¹) e voltaram a se elevar na fase de desembarque (40,2 ºC e 63,3mov.min¯¹). A Fc aumentou durante a fase correspondente ao transporte (123 bat.min¯¹±2,67) e diminuiu no desembarque (110,9 bat.min¯¹±2,89). Os valores médios da Ts aumentaram ao longo das fases pré-abate, atingindo 36,8 ºC±0,10 na fase de desembarque. Para os parâmetros bioquímicos observou-se que os níveis plasmáticos de COR e GLI aumentaram durante o transporte (2,1 µg/dL¯¹±0,14 e 102 mg/dL¯¹±5,91) e diminuíram no desembarque (1 µg/dL¯¹±0,14 e 67,7 mg/dL¯¹±6,65). A CPK aumentou sua concentração ao longo das etapas atingindo 281,9 U/L±7,08 no desembarque. Portanto, as fases pré-abate influenciaram negativamente o bem-estar animal, principalmente após o transporte, que pode ser considerada a etapa mais estressante para os cordeiros.