A palavra monumento, etimologicamente, significa aquilo que o nosso espírito faz recordar. Deste modo, considerar-se monumento, qualquer coisa que, por sua antiguidade, pelo seus valor artístico, possa ser utilizada como elemento de estudo ou pesquisa, evocando persosagens do passado, aspectos culturais e religiosos.

Neste particular, apesar dos seus duzentos anos de paróquia, o Apodi pouco ou quase nada tem a apresenta, a não ser a Igreja Matriz, construída no século XVIII, onde ainda existe uma apreciável coleção de imagens, verdadeiras obras de arte sacra. Fazendo parte desse importante relicário artístico-religioso, destacam-se as imagem de São João Batista de Nossa Senhora da Conceição, importadas da Europa no Século XVIII, padroeiros da cidade, além de outras estátuas, símbolos e objetos de considerável valia. 

Edifício da Intendência Municipal de Apodi, antigamente a Prefeitura Municipal funcionava na parte de cima, e a Cadeia Pública de Apodi embaixo.

Prédios e outras obras construídas na antiguidade em Apodi, entretanto, e posteriormente demolidos pelos nossos antepassados, poderiam figurar, atualmente, como monumentos históricos de real significação. Dentre os que desapareceram através dos tempos, alguns em época mais recente, pela ignorância de administradores que não souberam preservá-los para o futuro, merecem referência o edifício que serviu de Intendência Municipal e Cadeia Pública e o antigo cruzeiro. Este último, talvez o maior do Estado, teria sido construído em frente à matriz, segundo uma lenda que ainda persiste, e era contada pelos mais velhos, como pagamento de uma promessa – feita pelos católicos da terra, para fazer cessar uma terrível epidemia que atacou a população em época muito remota. 

É lamentável, sabermos, ainda, que diversos objetos e símbolos que ornavam nossa matriz, usados nos seus rituais religiosos, foram vendidos, embora com a melhor das intenções, pois, o produto da venda foi destinado a obras da igreja. Essa atitude, porém, tomada sem maiores justificativas, desfalcou sensivelmente o acervo da velha matriz do Apodi. 

Também com relação aos arquivos, de entidades públicas, católicas, particulares, onde o documentário é a testemunha autêntica da história, verificou-se perda de importantes livros e documentos alusivos aos acontecimentos do passado. 

Assim, os elementos básicos, os registros que poderiam servir de preciosas fontes informativas para um estudo mais detalhado da história local, aparecem bastante falhos e fragmentados, devido ao abandono a que foram relegados, perdendo-se e inutilizando-se boa parte deles. 

Fonte: Apodi no Passado e no Presente – Vàlter de Brito Guerra – 2ª Edição, 1982.