Uma chuva caindo vaporosa.
Uma mulher chorando copiosa
como serpente querendo engravidar.
A mulher era louca varrida e via, na cama, uma Esfinge indecifrável.
Como quase toda louca varrida ela ficava penteando os cabelos
e subindo os degraus da escada.
Gostava de se sentir uma mulher definitiva.
Amada.
Amante do sargento mal encarado.
A mulher era uma louca varrida
e se dizia a última flor do Lácio inculta e bela.

Contraponto - Maria Auxiliadora da Silva Maia - Poesias/Crônicas e Contros Ingênuos - 1ª Edição, 1998