Solenidade foi realizada no Fórum Newton Pinto, na sexta-feira, 18, em Apodi – Foto Ednilto Neves

Durante a inauguração, Maria Emília Lopes Pereira, diretora-executiva da GAZETA DO OESTE e neta do advogado Philástrio Lopes, externou admiração pelo marcante profissional. A trajetória dela se assemelha a de Philástrio, uma vez que também optou pelo meio jurídico.


A Sala do Advogado da Comarca de Apodi foi reinaugurada na sexta-feira passada, 18, em solenidade que homenageou o advogado Philástrio Lopes Correia Pinto, cujo nome agora denomina o novo ponto de apoio para os profissionais que prestam serviços jurídicos à população do município.

A Sala do Advogado também está presente em Mossoró, Areia Branca e Caraúbas. A previsão da subseccional de Mossoró da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é que as sete cidades que fazem parte da sua área de atuação tenham Sala do Advogado até 2015, facilitando o trabalho dos advogados e o acesso à Justiça nos municípios do interior.

O advogado Marcos Pinto foi o propositor da homenagem e salientou a importância de Philástrio Lopes. “Decidi homenageá-lo, pois Philástrio era um profissional expoente. Advogado criminalista e atuante no Direito Agrário, ele era celebrado por sua desenvoltura profissional. Em 1920, já atuava e se tornou uma referência emblemática. Era importante, sem prescindir da humildade”, declarou.

A solenidade reuniu familiares de Philástrio, entre eles, o único filho vivo, Antônio Ari Lopes, de 84 anos. Ele representou o pai e demonstrou satisfação com a homenagem. “É um reconhecimento. Ele era escrivão, atuava como advogado e se tornou um grande profissional. Esta homenagem é um momento simbólico e uma satisfação”, disse.

Maria Emília Lopes Pereira, diretora-executiva da GAZETA DO OESTE e neta do advogado Philástrio Lopes, externou admiração pelo marcante profissional. A trajetória dela se assemelha a de Philástrio, uma vez que também optou pelo meio jurídico, atuando como procuradora de Justiça.

“Ele era uma pessoa comum, mas marcava a vida das pessoas. Não tinha diploma. Se fez advogado na vida. A advocacia foi conquistada arduamente e se tornou a vida dele. Fico feliz com o reconhecimento. Com ele, dei meus primeiros passos na vida jurídica. Essa homenagem é um reconhecimento por tudo o que ele fez pela Justiça”, disse Maria Emília.

Philástrio Lopes Correia Pinto Neto leva o nome do avô e se deslocou de Natal, onde mora há 40 anos, só para acompanhar a homenagem. “Fico orgulhoso e emocionado com essa homenagem a meu avô. Um dos episódios que me marcam é quando ele sentava na calçada da Catedral de Mossoró e começava a falar sobre advocacia. Foi um profissional exemplar. Advogar era a paixão dele e, por isso, se destacava”, declarou.

SALA DO ADVOGADO

O presidente da OAB/Mossoró, Aldo Fernandes, diz que essas salas servem para dar apoio aos advogados que atuam nos municípios de menor porte. Ele explica que, sem o auxílio da sala, os advogados têm que procurar outras alternativas quando precisam de qualquer tipo de serviço relacionado à sua atividade. Para a OAB, o grande beneficiado é o próprio cidadão, que terá seus pleitos judiciais atendidos com maior celeridade, que hoje é a grande busca da Justiça.

Durante a solenidade, Aldo Fernandes reafirmou a importância da implantação do projeto. “A ideia é unir a advocacia e ter um espaço físico para desenvolver as atividades. Além disso, a sociedade terá acesso aos serviços da sala, e vamos implementar uma parceria com a Câmara Municipal para atender à população. Para isso, a Câmara vai disponibilizar um servidor para auxiliar a sociedade quanto às questões judiciais. Também estamos buscando parceiros para servir à população, dentro da função social da Ordem dos Advogados do Brasil”, completou.

BIOGRAFIA

Aos 20 anos, o desenvolto Philástrio já enveredava pela advocacia, trazendo consigo profundos conhecimentos dos trâmites processuais, adquiridos pelo exercício de escrivão, cargo que desempenhou no 1º Cartório Judiciário, que tinha o pai dele como tabelião titular desde 1909.

Desfrutava de larga referência no ramo do Direito Penal e Processual Penal, fruto de inúmeras absolvições que proporcionara aos seus constituintes nos tribunais do júri das comarcas da região Oeste potiguar. Atuou, também, com singular desenvoltura e de maneira segura, nos litígios possessórios, fruto de demarcações mal feitas e divisões errôneas e viciadas.

Para o exercício pleno da advocacia provisionada, prestou exame na seccional potiguar, tendo recebido elogios da banca examinadora, que vislumbrou no jovem apodiense a vocação consignada para o árduo embate dos púlpitos forenses. Philástrio faleceu em Mossoró, em 19 de setembro de 1984.