Uma água no cio
enfrenta risos estranhos, nervosos
numa rua providencialmente repleta.

O cio da água entontece
e enrubesce olhares virgens
prazeirosamente dispersos na janela.

Uma égua no cio
libera a libido do poeta
entontece – loucamente entontece – as crianças
e molhas as calcinhas donzelas das janelas.

O cio da égua
escorre nas pernas da tarde
e, num turbilhão de risos, desaparece.

"Anjo Torto" - Aluísio Barros de Oliveira