Canto uma cidade que corrói
- Andamos doídos, eu e os amigos,
de tanto amor não-produzido
na vida
da cidade que nos habita.

E este canto escorre
em bares sujos
escuros
mudos
do “beco das frutas”
inundado pelo aroma do mijo:
- As baratas habitam a cidade
ratos comandam as ruas sujas
escuras
não-mudas
do centro-vazio...
da cidade-noturna
invadida de modo inesperado
por motos embriagadas
e tontas
de “loló”, “baseados” e
ingênuas
inocentes
indecentes
doses letais
de vodka
cachaça
uísque americanalhado em cabeças tontas
e faróis ligados.
- Canto uma cidade que se corrói...

Anjo Torto
Aluísio Barros de Oliveira