Há dias em que a gente
se sente...
dormentes
inconsequentes
pendentes
carentes.

Há dias em que
o encanto é desilusão,
a alegria é ficção,
a felicidade do dia-a-dia
não passa de utopia.

Há dias em que
somos, nos transformamos...
em farrapos humanos,
pedaços de projetos desfeitos
por avalanches que desmoronam
sonhos quase que perfeitos

Há dias em que
queremos...
Um abraço amigo
Alguém que nos dê ouvido
A bênção dos nosos pais
A presença dos irmãos
Um afago ou algo mais
Uma palavra forte
Um simples “boa sorte’’
Uma espécie de suporte!

Há dias em que
nos falta, faz falta...
O barulho
(Que absurdo!)
O silêncio incomoda
sinônimo de solidão
dor que fere o coração.
Bastaria uma voz
ou mesmo palavras soltas
de pessoas mais chegadas
ou até mesmo daqueles
que consideramos amigos
sem nunca termos tido
um elo,
algo mais forte
ficamos a mercê da sorte...

Há dias em que
pensamos...
Nos colegas de infância
Nos nossos tempos de escola
Nas alegrias de outrora
No amigo incondicional
que mesmo sem termos contato
observamos-lhe à distância
até dobrar a esquina infinda...
E agora me vem à lembrança:
“Que Deus sempre lhe abençoe, meu amigo mui querido!’’
(É você mesmo que aqui está inserido)

Há dias em que
lembramos...
o irmão que está distante
mas agora nesse instante
(Lá em Recife, persiste!)
Pastoreia a sua Igreja
sem saber que na peleja
sua irmã também é ovelha
precisando de Pastor para
dividir a sua dor,
ouvir as suas palavras
com aquela mansidão
que vem do seu coração.
Mestre em Teologia,
Craque em Filosofia
Em nossas veias corre o mesmo sangue
Que imensa alegria!

Há dias em que
desejamos...
O abraço que não damos
A palavra que negamos
A mensagem que sufocamos
O sorriso esquecido
A oportunidade perdida
O tempo que já se foi
Enquanto a vida escorria
sem nos damos conta de
nossa indiferença,
alienação...
Mas fica sempre uma lição
colhida em meio à dor...
VOZES DE UM CORAÇÃO!!!

"Vozes de um coração''
Maria Luiza Marinho da Costa