Evolução urbanística de Apodi - Habitantes do "Quadro da rua'' no ano de 1930 a 1950 (II)

A leitura deste processo descritivo dos primitivos habitantes do "QUADRO DA RUA" não deixa de ser um pouco cansativo e enfadonho, no entanto, com certeza servirá para futuros pesquisadores colherem subsídios de cunho genealógico de seus ascendentes. 

 Há, ainda, uma minudência histórica que envolve a sétima casa (Antigo Bar Satélite), que é o fato de neste terreno ter sido edificada a residência do português SIMÃO DO RÊGO LEITE, falecido a 09.10.1823, casado que era com Lourença Ferreira da Mota, filha do português ANTONIO DA MOTA RIBEIRO. Desse casal descendem todos os LEITE do Apodi.(Com exceção dos Leite do sítio "Melancias"). A casa foi herdada pela filha de Simão, de nome Josefa do Rêgo Leite, casada com Antonio da Mota Ferreira, que por sua vez foi herdada pela filha Maria da Conceição do Rêgo Leite, casada com o português Luís da Costa Mendes, que passou para o filho Simplício da Costa Leite, casado com Maria Joaquina Ferreira Pinto (Irmã do Cel. Ferreira Pinto), que passou para a filha MARIA ANTONIA DA CONCEIÇÃO, vulgo Purana Leite, que casou com ELIAS FRANCISCO. DA COSTA (Elias Môuco, pai de João de Elias), que passou para a filha LUZIA FERREIRA LEITE (Luzia Purana) que casou com o Sr. Francisco de Barros Solposto (Chico Vitor), e foram pais de ANTONIO DE PÁDUA LEITE. Por morte de Luzia Purana,em 1952, os filhos venderam o imóvel ao Sr. Inácio Maia. 

R. São João batista Apodi-RN. Final da década de 60

No roteiro histórico chegamos à Oitava casa, que pertencia ao Sr. MANOEL ELIAS DE LIMA, figadal adversário político da família PINTO, durante as décadas de 1920 a 1935, casado com Thereza Ferreira Leite. Esta casa foi adquirida por compra pelo Sr. FRANCISCO PAULO FREIRE (Sêo Chico Paulo), que ainda hoje reside neste imponente casarão senhorial. No que consiste aos referenciais toponímicos do "Quadro da Rua", o renomado historiador JOSÉ LEITE faz o resgate da antiga denominação daquele trecho que engloba, por trás da Igreja-Matriz, os dois lados da rua, no quadrante que termina naquela casa de Antonio Cabral com o outro lado da rua que engloba a casa de Altiva de Emídio. Este trecho era conhecido como "Ilha das Cobras" e reunia cerca de 20 casas.

 (FONTE: "FLAGRANTES DAS VÁRZEAS DO APODI" - Livro III - Vol. DCXXXIII - Série C - Coleção Mossoroense - 1991 - Autor JOSÉ LEITE).

A nona residência pertencia ao Sr. FRANCISCO CANUTO DE OLIVEIRA (Chico Canuto), político militante ao lado do Cel. Francisco Pinto, e que foi casado com dona Josefina Gurgel de Oliveira (Tia paterna de Aurino Gurgel e de Tião Lúcio), casal que não teve prole, porém criou o Sr. Manuel Canuto Gurgel. Esta casa pertence atualmente à respeitável e amada matriarca dona Cecília Maia Martins de Andrade, tabeliã aposentada, conhecida como dona Cecília do Cartório. 

A décima casa pertencia ao Sr. Vicente Cabral de Oliveira, casado com Rita Rosenda, que por sua vez foram avós paternos de Zé Cabral dos Correios e Telégrafos. Atualmente pertence ao dentista Nêgo de Tomaz. A décima-primeira pertencia ao Sr. MANOEL SIMPLÍCIO DE LIMA, e depois adquirida por compra aos seus filhos pelo Sr. CHIQUINHO MONTEIRO. A décima-segunda pertencia à Dona JOSEFINA PINTO (Fifina), que passou a residir nesta casa após o falecimento do seu esposo o Coronel João de Brito Ferreira Pinto, ocorrido a 15.09.1934. Josefina faleceu nesta casa a 14.10.1962.

 A décima-terceira casa pertencia ao Sr. JOAQUIM EUFRÁSIO DE LIMA, que por residir no sítio "Trapiá" alugou-o durante muito tempo às " Irmãs GENÉSIO" Biluca (Isabel), Chiquinha Ferrão (Francisca. Gomes de Oliveira) e Maria Antonia. Conhecí este antigo casarão, tendo como morador o famoso mudo "Dudé", também conhecido como Mudo Pincel. Esta casa era vizinha à do Sr. Aurino Gurgel. A décima-quarta casa pertencia ao Sr. JOÃO FERREIRA PINTO SOBRINHO, conhecido como João de Dodô, irmão do Coronel Lucas Pinto, que comprou-a e instalou nela a sua irmã Bibia Pinto e seu esposo Manoel Cosme. A décima-quinta pertencia à duas moças solteironas conhecidas pelos apelidos de BOÉ e LUIZA, do sítio Várzea do Apodi. Esta casa foi adquirida posteriormente por compra pela abnegada humanista e Tabeliã Maria Romana Leite, conhecida como Maria de Abília.

 A décima-sexta era o prédio da Sociedade e Conferência São Vicente, conhecido popularmente como sendo "O Prédio São Vicente". O primeiro aparelho de rádio de Apodi pertencia à esta Sociedade, tendo causado grande admiração por ocasião de sua apresentação ao público presente. 

Por Marcos Pinto - historiador apodiense
Matéria copiada do: Blog Potyline